quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Dá tempo? - Felícia Ferreira

Não há tempo de voltar atrás, se arrepender, chorar, lamentar
Não há tempo de esperar o amanhã, o futuro e todos os desejos se realizar
Não há tempo de esperar ficar magra pra fazer um corte maneiro no cabelo
Não há tempo de se formar pra se realizar
Não há tempo de tantas coisas que serão esquecidas, depositadas no fundo
Não há tempo de recuperar o que já quebrou de vez e se desfez
Não há tempo de ter saudades daquela velha amizade que hoje é só lembrança
Não há tempo de estar em luto, dos mortos velados, sepultados, necrosados
Não há tempo de questionar os tantos por ques de tantas coisas pra quê o quê
Não há tempo de achar tantas respostas pra perguntas que abrem a mil outras
Não há tempo de não ser o que se é quando não é o que queria ser

Só há tempo pro Agora
Porque o futuro é o presente e o presente já passou.

Felícia Ferreira



2 comentários:

  1. Que bom que você tenha decidido viver o agora. É complicado falar sobre o tempo, entretanto dou ouvido aos que os amigos tem a dizer sobre ele.

    O Renato diz que " Não temos tempo a perder e que temos todo o tempo do mundo".
    O Herbert diz que " Ao lado do grande amor cada momento, cada instante é quase eterno.
    O Agenor fala que " O Futuro nada mais é a repetição do passado e que o tempo não pára".
    Já o Luiz diz algo que concordo em plena essência, segundo ele " O tempo voa por entre as mão sem deixa-se perceber e não volta mais, o que justifica se permitir viver tudo o que há pra viver".

    Existe uma outra sobre o tempo que me faz lembar muito de você, lembra daquele tempo que aconheci, nossos passeios, principalmente das sessões de cinema. Queria que você ouvisse essa letra que falar da idéia de fazer o tempo esperar o mesmo que tivemos que esperar para convivermos no auge de nossa amizade. http://letras.mus.br/moveis-coloniais-de-acaju/1443792/
    Espero que goste!

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    1. De fato é muito complicado falar do tempo. Levei um tempo pra responder porque tive que pensar bem a respeito de tudo isso. Contudo, o tempo que eu me referia quando eu escrevi é que tudo já se acabou, não exatamente tudo, porque ainda se tem o agora, isso é o que nos resta de real, o restante é apenas ilusão. Além disto, eu quis me referir a eminência da morte, porque ela sempre está por perto, tenta a nos tirar deste plano, e ai é quando eu volto a dizer que não há mais tempo, se já estamos tão perto de partimos, ou ao menos eu estou.

      Gosto muito dessa música, ela sempre tocava nas salas de cinema antes de começar os filmes, me faz relembrar da boa época eu frequentava os cinemas e em que nos dois saiamos.

      Abraço!

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